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Crônica cantada:Um Trem Para As Estrelas,Cazuza e Gilberto Gil


Um Trem Para As Estrelas
Cazuza e Gilberto Gil

São sete horas da manhã
Vejo o Cristo, da janela
O sol apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles têm
Nesse filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego
Estranho, teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Tem os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego

Comentários

  1. OLÁ! REGINA,
    GOSTO MUITO DESTA MÚSICA. ALIÁS,
    EU GOSTO MUITO DE MÚSICA, DE UM
    MODO GERAL.
    OUÇO MÚSICA O TEMPO TODO DURANTE
    DIA. SOU FÃ DA SUA CRÔNICA CANTADA.
    BJS
    CRISTINA SÁ
    http://cristinasaliteraturainfantil
    ejuvenil.blogspot.com

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  2. Numa conto de GGMárquez, cujo nome não lembro, o personagem diz "...porque sem música ninguém pode viver." concordo com ele. beijo

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  3. Regina,

    Ótima sugestão a que me fez para conhecer seu blog. Compartilho seu pensamento também na figura de Pablo Neruda: "Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música,...".

    Abraços.

    ResponderExcluir
  4. Olá Freiconvento, obrigada pela visita.
    Pablo Neruda, como Garcia Márquez,era de uma sensiblidade invejável...

    Abraço.

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