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E Se Fosse No Brasil?

Foram necessários dois furgões para retirar as cartasUm escocês que trabalhava como carteiro na cidade de Frankfurt, na Alemanha, pode ser processado por ter deixado de entregar cerca de 20 mil cartas, informaram fontes policiais.
Com 23 anos de idade, o carteiro foi pego depois de ser surpreendido por um vizinho tentando jogar as cartas e pacotes não entregues no lixo.
Depois do flagrante, o escocês levou a polícia até seu apartamento, onde foram encontrados milhares de pacotes e envelopes que não haviam chegado a seus destinatários.
O material estava estocado em caixas, sacos e até debaixo do colchão do carteiro. Foram necessários dois furgões para retirar as correspondências do local. Segundo a polícia, o escocês começou a acumular as cartas em agosto de 2007.
"Ele foi simplesmente acumulando o material que não entregava, mas nenhum envelope foi aberto", informou a polícia local.
Entre os envelopes encontrados, havia até mesmo cartas endereçadas ao próprio escocês.
O carteiro afirmou que não conseguiu entregar as correpondências porque estava muito atarefado com seus estudos de meio-período.
Ele agora pode ser processado por roubo e por apropriação de correspondência alheia.http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080909_carteiro_alemanha.shtml

O blog Livroerrante pergunta: "E se fosse no Brasil"?

Comentários

  1. Não sei... mas bem que eu gostaria de saber embaixo de qual cama estão escondidos uns livros que postei e nunca chegaram...

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  2. Se fosse no Brasil seria aberto um inquérito administrativo, mais para dar satisfação à imprensa que para realmente apurar o fato. E... dois meses depois o assunto morreria, a correspondência não seria entregue e fim;

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  3. Presumo que se fosse aqui, o carteiro não teria tanto espaço em casa para guardar tamanho volume de correspondência. Além disso, há um mercado muito atuante de compra de papéis para reciclagem e nenhum carteiro deixaria de aumentar a renda.
    Falando sério: deve haver aqui e em muitos outros países carteiros que desviam correspondências, mas não creio que seja um índice estatisticamente alarmante, pois até hoje não consta que não tenha chegado ao destino nenhuma correspondência, nem livro, sobretudo livros entre os milhares que já enviei.
    Abraços.

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  4. Anos atrás, também depois de uma greve, uma vizinha flagrou o carteiro despejando centenas de correspondências em um latão enorme de lixo, que ficava na entrada da vila onde morávamos.
    A "justificativa" do dito cujo era que a maioria da correspondência já não valeria nada porque era constituída de cartões de natal e a data já havia passado....só que tinha até contas a pagar vencidas no meio do imbroglio!!

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