Pular para o conteúdo principal

Livro Que Te Quero Livre, Werner Zotz e Sueli Cagneti


Livro que te quero livre apresenta de forma abrangente o cenário da literatura infantil e juvenil no Brasil e as experiências de utilização do livro na escola para a formação de leitores.

O livro é dividido em duas partes. Na primeira, o autor de literatura infanto-juvenil Werner Zotz fala sobre o livro e a leitura na escola, sobre o processo criativo e o ofício de escritor, sobre a importância da parceria entre editoras, escritores, livreiros e educadores. Sobre o prazer, a espontaneidade e a liberdade envolvidos na leitura e os cuidados que devem ser tomados para não torná-la sinônimo de obrigação escolar, dever, castigo, chateação...

Na segunda parte, a professora universitária de Literatura infanto-juvenil e crítica literária Sueli Cagneti descreve experiências multidisciplinares de sucesso e dimensiona o papel do professor, valorizando sua importância no processo de formação de leitores capazes de compreender, criticar e refletir com prazer sobre um texto literário.

No final, o livro traz ainda duas listas: uma com sugestões de leitura para os alunos, por faixa etária, e outra com referências bibliográficas de obras de apoio para os professores.

Ganhou em 1986 o Prêmio de Melhor Ensaio do Ano, conferido pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Dirigido para professores de Literatura e Língua Portuguesa e educadores em geral, permanece tão atual quanto os desafios enfrentados em sala de aula para despertar nos alunos o prazer da leitura.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Os Dentes do Jacaré, Sérgio Capparelli. (poema infantil)

De manhã até a noite, jacaré escova os dentes, escova com muito zelo os do meio e os da frente. – E os dentes de trás, jacaré? De manhã escova os da frente e de tarde os dentes do meio, quando vai escovar os de trás, quase morre de receio. – E os dentes de trás, jacaré? Desejava visitar seu compadre crocodilo mas morria de preguiça: Que bocejos! Que cochilos! – Jacaré, e os dentes de trás? Foi a pergunta que ouviu num sonho que então sonhou, caiu da cama assustado e escovou, escovou, escovou. Sérgio Capparelli  CAPPARELLI, S. Boi da Cara Preta. LP&M, 1983. Leia também: Velho Poema Infantil , de Máximo de Moura Santos.