Pular para o conteúdo principal

Este É O Meu Corpo - Filipa Melo


Estou na comunidade L.E desde sua criação e ainda hoje preciso,e com alguma freqüencia, dizer que devo a ela este ou aquele autor ou livro. Ontem enviei ao colega do grupo Volta ao Mundo um dos livros mais surpreendentes que já li:
Este é o Meu Corpo -
Filipa Melo, conseguiu em seu romance de estréia, prender o leitor logo nas primeiras páginas e justamente com a cena voltada para o trabalho de um médico legista. Grotesco? nojento? não com a narração dada pela autora. Já tinha visto isso antes? eu nunca. É um romance de morte e que tem amor. Nas primeira e terceira pessoas as histórias se cruzam com desenvoltura e inteligência. Faz pensar e surpreende. Agrada sem dúvida. Palmas para a estreante.
(próxima postagem: Filipa Melo)

Comentários

  1. Concordo 100%. Acho que este foi o livro mais extraordinário que li neste ano. Fez parte do ERRANTE Mamãe África. Fiquei em transe durante a leitura do mesmo. Tão sucinto, tão poético, tão alarmante. Definitivamente uma obra de arte.

    Em geral coloco resenhas do que leio num blog. Ainda não consegui escrever sobre Este é meu corpo . Tudo que escrevo sobre o livro me parece pouco e pobre.

    Não canso de recomendá-lo.

    Ladyce

    ResponderExcluir
  2. Preciso ler este livro. Nunca havia lido nada a respeito.

    ResponderExcluir
  3. Nunca havia lido antes sobre este livro.Vou comprá-la emediatamente.

    ResponderExcluir
  4. Mamãe África circulou este também. Cedido por Renan, que suspendeu a participação por causa do cursinho. Mas, assim que prestar o vestibular, ele volta. Poética a maneira como Filipa descreve um assunto tão frio...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

comentários ofensivos/ vocabulário de baixo calão/ propagandas não são aprovados.

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Os Dentes do Jacaré, Sérgio Capparelli. (poema infantil)

De manhã até a noite, jacaré escova os dentes, escova com muito zelo os do meio e os da frente. – E os dentes de trás, jacaré? De manhã escova os da frente e de tarde os dentes do meio, quando vai escovar os de trás, quase morre de receio. – E os dentes de trás, jacaré? Desejava visitar seu compadre crocodilo mas morria de preguiça: Que bocejos! Que cochilos! – Jacaré, e os dentes de trás? Foi a pergunta que ouviu num sonho que então sonhou, caiu da cama assustado e escovou, escovou, escovou. Sérgio Capparelli  CAPPARELLI, S. Boi da Cara Preta. LP&M, 1983. Leia também: Velho Poema Infantil , de Máximo de Moura Santos.